Saiba se o paciente está tendo AVC (Derrame) e o que Fazer

Estima-se que uma a cada seis pessoas terá um Acidente Vascular Cerebral (AVC), problema extremamente comum que pode levar à morte ou causar sequelas neurológicas permanentes. 

No Brasil, a cada cinco minutos, alguém morre da doença — o que contabiliza cerca de 100 mil mortes por ano. Além de todas as vidas perdidas, ela representa também a principal causa de incapacidade irreversível, com profundos impactos físicos, psíquicos e financeiros, envolvendo não só o paciente, mas também seus familiares.

Segundo o neurologista Leandro Teles, membro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), o AVC é um evento neurológico repentino e, dependendo do tamanho, localização e contexto clínico, pode trazer prejuízo definitivo na vida do paciente. 

— Ele é fruto de um contexto favorável à oclusão de um vaso (isquemia) ou um sangramento (hemorragia). Por isso, temos que gerenciar esse contexto, investindo em prevenção, reconhecimento precoce dos sintomas e tratamento imediato — explica Teles.

De acordo com o especialista, o AVC é dividido em isquêmico, que é o mais comum, correspondendo a cerca de 80% dos casos, em que ocorre uma interrupção do sangue dentro de uma artéria que nutre uma parte do cérebro; e o hemorrágico, em que ocorre ruptura de um vaso dentro ou ao redor do cérebro, causando estrago e disfunção de determinada região.

Teles explica que existem fatores de risco modificáveis e não modificáveis para o transtorno. Não podemos, por exemplo, mudar nosso código genético, sexo biológico e nem a idade. Pessoas acima dos 55 anos e com histórico familiar para AVC sempre terão um pouco mais de risco. Podemos, entretanto, controlar o peso, ter uma dieta saudável, evitar o tabagismo e controlar doenças clínicas que levam ao AVC, como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial, arritmias e insuficiência cardíaca.

O especialiasta recomenda que, para evitar o distúrbio, as pessoas façam atividade aeróbica regular, mantenham o Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 20 e 25, alimentem-se de forma balanceada e saudável e pesquisem e busquem tratamento para todas as doenças que possam comprometer o aparelho circulatório, já que muitas delas são silenciosas e aparecem em checkups.

Sintomas do AVC 

Fique atento para os cinco sinais abaixo:

1- Dificuldade para falar ou compreender o que as pessoas dizem

2- Fraqueza ou paralisia de um dos lados do corpo

3- Boca torta para um dos lados

4- Falta de sensibilidade ou formigamento mantido em um lado do corpo

5- Visão alterada agudamente (segue com perda de campo visual ou visão dupla)

Além dos sintomas principais, também pode ocorrer dor de cabeça forte e súbita (principalmente hemorragias), vômitos, tontura que não passa, desequilíbrio e dificuldade para engolir.

O neurologista ensina um teste simples para fazer com quem está com suspeita de AVC

1- Peça que a pessoa sorria com força e observe a simetria

2- Peça que levante ambos os braços e os mantenha alinhados e observe se ocorre queda

3- Peça que responda a uma pergunta, e veja se ocorre alteração do discurso ou da voz

Em caso de alteração ou dúvida, siga as recomendações abaixo

1- Mantenha a calma e a tranquilidade diante do paciente, mas aja com firmeza e rapidez. Não espere o sintoma passar. O AVC trata-se de uma emergência médica, o que faz com que o tratamento nas primeiras três horas do evento tenha resultados melhores

2- Acione o serviço de resgate imediatamente

3- Se possível, o paciente deve ser conduzido para um hospital com recursos, como tomografia computadorizada, Unidade de Terapia Intensiva e neurologista

4- Não dê Ácido Acetil Salicílico (AAS) ao paciente. Esse é um erro muito comum

5- Não reduza a pressão do paciente por conta própria. Durante um AVC, é comum a pressão estar alta e isso pode ser útil para irrigar a área em sofrimento. Por isso, os índices aceitáveis de pressão são bem maiores na fase aguda de um AVC (sendo diferentes entre o isquêmico e o hemorrágico). 

6- Se o paciente for diabético e usar medicamentos ou insulina, se possível, avalie a taxa de açúcar no sangue com o aparelho de glicemia capilar. A glicose muito baixa no sangue pode simular um AVC e precisa ser revertida o quanto antes para não deixar sequelas.

7- Leve ao pronto socorro as receitas ou os medicamentos que o paciente faz uso regular e, se possível, relatórios e exames recentes. Tudo isso é fundamental para tomar as decisão durante a emergência.

Fonte: Zerohora.clicrbs.com.br

AVC na visão de especialistas

Brasília - Apontado como uma das principais causas de internação e morte no país, o acidente vascular cerebral (AVC) pode ser prevenido, em boa parte dos casos, com hábitos saudáveis no decorrer da vida, como a prática moderada de exercícios. 

No Dia Mundial de Combate ao AVC, lembrado hoje (29), especialistas alertam que a busca por atendimento médico de emergência logo após o aparecimento dos primeiros sintomas é fundamental. O atendimento rápido garante que a aplicação dos medicamentos ocorra antes de quatro horas e meia, período considerado chave para reduzir a mortalidade.

 De acordo com a Organização Mundial de AVC, a doença é responsável por 6 milhões de mortes a cada ano. Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 2000 e 2010, a mortalidade por acidente vascular cerebral no país caiu 32% na faixa etária até 70 anos, que concentra as mortes evitáveis. Apesar disso, só em 2010, mais de 33 mil pessoas morreram em decorrência de AVC nessa faixa etária.

 Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro, o médico Eduardo Barreto acredita que o desconhecimento da população sobre os sintomas é uma dos maiores dificuldades no combate ao AVC.

 "Um dos maiores problemas que percebemos é o desconhecimento dos sintomas, que servem como sinal de alerta e, se fossem identificados adequadamente, poderiam evitar verdadeiras catástrofes provocadas pelo AVC", disse ele, que citou como principais sintomas a fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar, entender o interlocutor ou enxergar, tontura repentina e dor de cabeça muito forte sem motivo aparente.  "Assim que algum dessas situações for percebida, é preciso buscar imediatamente assistência médica de urgência", acrescentou.

 O especialista ressaltou que quando o atendimento ocorre em tempo hábil é possível submeter o paciente a exames para determinar o tipo de AVC e a área do cérebro atingida e fazer os procedimentos necessários, como a injeção de medicamentos que dissolvem o coágulo. Ele enfatizou que, com isso, as possibilidades de recuperação são muito maiores. Barreto destacou que, sem o diagnóstico precoce, o AVC pode provocar, com mais frequência, o comprometimento irreversível do cérebro, causando perda da noção das relações - capacidade de o paciente identificar se uma pessoa é sua mãe, esposa ou filha, por exemplo - sequelas motoras, como paralisia de pernas e braços e perdas de linguagem. Ele acrescentou que os fatores que aumentam as chances de ocorrer um AVC são a hipertensão, o diabetes, fumo, álcool, a alta taxa de colesterol e o sedentarismo. A doença atinge principalmente idosos com mais de 60 anos de idade, porém há registros de ocorrências em jovens e recém-nascidos.

 O AVC é causado pela interrupção brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral provocada por um coágulo, denominado isquêmico, ou o rompimento de um vaso sanguíneo provocando sangramento no cérebro, chamado hemorrágico. O AVC isquêmico é o mais comum, representando mais de 80% dos casos da doença.

 A Organização Mundial de AVC recomenda, para saber se uma pessoa está tendo a doença, primeiramente pedir que ela sorria e verificar se o sorriso está torto. Em seguida, observar se ela consegue levantar os dois braços. Outro passo é notar se há alguma diferença na fala, se está arrastada ou enrolada. Caso seja identificado algum desses sinais, deve-se procurar imediatamente um serviço de saúde.

Edição: Graça Adjuto

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Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

AVC ou 'Derrame' - Compreendendo essa séria Doença

Conhecido popularmente como “derrame”, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é o resultado de uma interrupção no fluxo sanguíneo cerebral, levando a lesão celular e danos às funções neurológicas do indivíduo. O AVC pode ser causado por dois fatores: a obstrução ou o rompimento de vasos sanguíneos cerebrais.

A obstrução do fluxo sanguíneo ocorre por meio de trombo (coágulo de sangue no interior do vaso sanguíneo) ou êmbolo (coágulo que se desprendeu de um vaso sanguíneo do corpo), levando a rápida morte celular do sistema nervoso devido à falta de oxigênio. Este AVC, chamado isquêmico, é o tipo mais comum, presente em cerca de 80% dos casos.

O AVC hemorrágico ocorre por um vazamento de sangue causado por ruptura de um ou mais vasos sanguíneos cerebrais. O sangue em contato com o tecido cerebral causa uma inflamação no tecido nervoso e aumenta a pressão intracraniana, prejudicando assim as funções cerebrais.

O diagnóstico do AVC é feito por um médico, baseado na história e no exame físico do paciente e confirmado por meio de um exame de imagem como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. Os principais sintomas encontrados no exame físico são: dificuldade de mover a musculatura do rosto, dificuldade em movimentar os braços igualmente, dificuldades para falar e se expressar, alterações visuais, como perda da visão completa em um dos olhos ou perda da visão parcial em ambos, e alterações ou dificuldades ao caminhar.

O tratamento passa por diversos profissionais da saúde que irão acompanhar o paciente durante todo o processo de reabilitação, que pode ser longo, dependendo das características do próprio AVC e da região cerebral afetada. Esta equipe interdisciplinar deverá desenvolver tratamentos nas áreas motoras, cognitivas, emocionais, sociais e familiares.

Um dos profissionais indicados para minimizar e tratar as alterações motoras causadas pelo AVC é o fisioterapeuta neurofuncional. Este profissional atua especificamente na prevenção e no tratamento de lesões no sistema nervoso, central ou periférico.

Os programas terapêuticos elaborados pelo fisioterapeuta neurofuncional são processos que visam estimular a reorganização neural, na tentativa de recuperar ao máximo as funções motoras e sensoriais dos pacientes acometidos pelo AVC. Consiste em exercícios que, na medida do possível, buscam restabelecer funções e/ou minimizar as sequelas deixadas. O tratamento é elaborado após uma avaliação criteriosa do paciente e contém objetivos gerais e específicos que serão traçados juntamente com o paciente e seus familiares. Além disso, o fisioterapeuta irá orientar os familiares quanto ao posicionamento do paciente e a realização das atividades de vida diária.

A reabilitação iniciada precocemente otimiza o potencial do paciente para a recuperação das funções motoras e impede ou minimiza os efeitos ou o surgimento de deformidades. A melhor maneira de lidar com o AVC é preveni-lo. Hipertensão arterial, doença cardíaca, diabetes, colesterol alto, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tabagismo são fatores de risco que devem ser tratados e controlados para minimizar as chances de ter um AVC. Além disso, idosos e obesos devem ter cuidados redobrados.

Para identificar se a pessoa está ou não tendo um AVC peça para ela sorrir, levantar os dois braços igualmente na altura do ombro e repetir uma frase simples. Se você notar qualquer alteração em alguma destas atividades, como sorriso só em um lado da boca, fraqueza em um dos braços ou falta de sentido na frase dita, ligue para a emergência. A gravidade das sequelas depende de quanto tempo o paciente demorou a receber atendimento. O AVC é uma emergência médica! Atualmente, o AVC é a maior causa de morte nos países desenvolvidos, e uma em cada seis pessoas no mundo terá um AVC, por isso conheça, informe- se e procure tratamento. É possível evitar e viver bem no período pós-AVC.

Revistamacae.com.br

AVCH (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico) - Cérebro ou Tronco Cerebral, ou Meninges

O que é?

O acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) se caracteriza pelo sangramento em uma parte do cérebro, em consequência do rompimento de um vaso sanguíneo. Pode ocorrer para dentro do cérebro ou tronco cerebral (acidente vascular cerebral hemorrágico intraparenquimatoso) ou para dentro das meninges (hemorragia subaracnóidea). 

A hemorragia intraparenquimatosa (HIP), é o subtipo mais comum de hemorragia cerebral, acometendo cerca de 15% de todos os casos de AVC.

Causas 

Ocorre principalmente em decorrência da hipertensão arterial ou de uma doença chamada angiopatia amilóide. Nestas doenças, as paredes das artérias cerebrais ficam mais frágeis e se rompem, causando o sangramento. 
Sintomas

Os sinais e sintomas são sempre súbitos e podem ser: fraqueza de um lado do corpo, perda da sensibilidade ou do campo visual de um ou ambos os olhos, tontura, dificuldade para falar ou para compreender palavras simples e até mesmo a perda da consciência ou crises convulsivas. 

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica, ou seja, imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Estes exames demonstram a localização e o tamanho da hemorragia.

Tratamento 

O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão, da localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados cirurgicamente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação.

O tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em alguns casos, coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do inchaço do cérebro após o sangramento. 

Em algumas situações, o tratamento cirúrgico é decidido por esta medida e não realizado logo na entrada do paciente no hospital, principalmente porque alguns têm um novo sangramento poucas horas depois do primeiro.

O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial, complicações como crises convulsivas e infecções.

A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é uma parte do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente, somente deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou clínico. Um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional, que deverá traçar um plano terapêutico individualizado, baseado nas sequelas neurológicas, garantindo a qualidade de vida do paciente.
Prevenção 

A prevenção deve ser feita pelo controle rigoroso da pressão arterial, que deve ser mantida a níveis inferiores a 12 X 8 cmHg, e evitando o consumo abusivo do álcool, que também é um importante fator de risco para esta doença.

Revisão Médica: Dra. Gisele Sampaio, neurologista, gerente médica do Programa Integrado de Neurologia e Centro de atendimento ao paciente com AVC do Einstein

Monique Bueno Alves, enfermeira do Programa Integrado de Neurologia e Centro de atendimento ao paciente com AVC do Einstein

Fonte: Einstein.br

Isquemia Cerebral ou Acidente Vascular Cerebral Isquêmico - 85% dos casos de Derrame

Acidente Vascular Cerebral Isquêmico 
O que é

O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), também conhecido por derrame ou isquemia cerebral, é causado pela falta de sangue em uma área do cérebro por conta da obstrução de uma artéria. 

Responsável por 85% dos casos de derrame, a doença é a principal causal de morte e incapacidades no Brasil. A cada 6 segundos uma pessoa no mundo morre decorrente de um AVC. Raro em crianças, acomete tanto pessoas jovens quanto idosas.

Quando não mata, o AVCI deixa sequelas que podem ser leves e passageiras ou graves e incapacitantes. As mais frequentes são paralisias em partes do corpo e problemas de visão, memória e fala.

A falta do sangue, que carrega oxigênio e nutrientes, pode levar à morte neuronal em poucas horas. Por isso, o reconhecimento dos sintomas e encaminhamento rápido ao hospital são atitudes fundamentais. 
Sintomas

Fraqueza ou adormecimento em apenas um lado do corpo, dificuldade para falar e/ou entender coisas simples, engolir, andar e enxergar, tontura, perda da força da musculatura do rosto ficando com a boca torta, dor de cabeça intensa e perda da coordenação motora. Os sinais acontecem de forma súbita e podem ser únicos ou combinados. 
Fatores de risco

Os fatores de risco para o AVC podem ser considerados modificáveis (controlados com mudanças no estilo de vida ou medicamentos) ou não modificáveis. 

O tabagismo, altas taxas de colesterol e triglicérides, sedentarismo e doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial e arritmias cardíacas são os principais fatores de risco. Pessoas com pressão alta têm quatro a seis vezes mais chances de terem um episódio de AVC. Isso acontece por conta do enrijecimento dos vasos e aterosclerose, comuns em hipertensos, que pode levar à obstrução arterial. Os pacientes diabéticos também devem controlar as taxas de glicemia capilar e outros fatores de risco, pois o risco de isquemia é duas vezes maior se comparado ao de pessoas não diabéticas.
Diagnóstico

O diagnóstico e tratamento precoce dependem da rapidez com que o paciente procura o serviço de emergência capacitado para o atendimento de AVC, que deve contar com equipe treinada e tomografia disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.

O tempo recomendado para o diagnóstico do paciente com AVC, da entrada no setor de emergência até a confirmação por exame de imagem (tomografia ou ressonância magnética) deve ser, no máximo, de 45 minutos. A tomografia é mais utilizada pela rapidez, disponibilidade e falta de contraindicações para sua realização.

Devem ser realizados também exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, ultrassom Doppler de carótidas, Doppler transcraniano e exames de laboratório, com a finalidade de identificar a causa da isquemia. 
Tratamento 
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O tratamento para a desobstrução das artérias consiste na administração de um tipo de medicamento trombolítico, que dissolve o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo no cérebro. Esse tratamento deve ser aplicado em até 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas, aumentando assim as chances de recuperação e minimizando as sequelas e taxa de mortalidade. 

O medicamento também pode ser injetado diretamente no interior do coágulo, para a destruição do trombo, por cateterismo cerebral. O procedimento, realizado em uma sala de hemodinâmica, deve ser feito em até 6 horas do início dos sintomas. Um cateter é introduzido na artéria femural (localizada na virilha), seguindo o fluxo das artérias até chegar à obstrução para aplicar o medicamento.

Existem cateteres que podem realizar a desobstrução da artéria sugando ou retirando o trombo ou coágulo de dentro do vaso. Nestes casos, chamados de terapia combinada, o medicamento pode ou não ser utilizado.

O tratamento com trombolíticos é uma realidade recente. Aprovado desde 1995, é o único disponível para este tipo de acidente cerebral. Devido aos seus critérios de exclusão, sendo o principal o tempo de 4 horas e 30 minutos, somente pacientes selecionados recebem este tratamento. 

No Einstein, 17% dos pacientes com AVCI recebem este tratamento. No mundo, este índice cai para 1%. 

Independente da técnica, o fator fundamental para um bom resultado é o tempo. Quanto menor o tempo entre os sintomas e o tratamento, maiores as chances de recuperação. 

Os cuidados realizados nos pacientes pela equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos e psicólogos) são os que trazem mais benefícios para os pacientes. A prevenção de complicações como infecções e o início da reabilitação precoce são os mais importantes para todos os pacientes, trombolisados ou não. 
Prevenção

É indispensável o controle da pressão arterial a níveis inferiores a 12X8 cmHg, do diabetes e dos níveis de colesterol no sangue. Os pacientes que apresentam alguma doença cardíaca devem fazer acompanhamento médico regular. Todos devem praticar exercícios físicos regulares orientados por um profissional e manter uma alimentação equilibrada. 

Revisão: Monique Bueno – enfermeira Programa Integrado de Neurologia 



AVC (Derrame) - Verdades e Mentiras sobre esse perigosíssima Doença

Existem dois tipos de AVC. VERDADE: há o isquêmico, mais comum (cerca de 80% dos casos) e provocado pela falta de sangue em determinada área do cérebro, decorrente da obstrução de uma artéria; e o hemorrágico (20%), causado pelo rompimento de um vaso intracraniano que, como o próprio nome indica, promove uma hemorragia cerebral. "Para diferenciar um tipo do outro, é fundamental fazer um exame detalhado do cérebro, seja por tomografia ou ressonância magnética", informa o neurologista Leandro Teles. Existe outra condição, chamada de Ataque Isquêmico Transitório, que aparece quando há interrupção temporária de fluxo sanguíneo, gerando sinais iguais aos do AVC que se revertem espontaneamente em curto período de tempo. Tal ataque, no entanto, deve ser visto como um aviso de que algo está errado, para que o derrame de fato não ocorra Mais.

Diversos fatores podem causar o problema. VERDADE: no AVC isquêmico, os fatores de risco mais importantes são idade avançada, história familiar, diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, colesterol alto, sedentarismo, obesidade e males cardíacos (como arritmias, coração fraco e problemas nas válvulas). Já o AVC hemorrágico, destaca o neurologista Leandro Teles, surge por hipertensão mal controlada, aneurismas cerebrais e dificuldades de coagulação, "sendo mais comum em homens com idade acima de 50 anos". Entre fatores raros para este último tipo de derrame, estão tendência genética à trombose, uso de anticoncepcional associado ao tabagismo ou à enxaqueca com aura (tipo que, além dos sintomas normais da cefaleia, apresenta outros relacionados ao sistema nervoso central, como distúrbios visuais), endocardite (infecção no coração) e uso de drogas

Não há como prevenir o derrame cerebral. MITO: vários fatores são um gatilho para o problema. Então, cuidar da saúde é determinante para afastar o risco. Controlar hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e doenças do coração, por exemplo, é meio caminho andado nesse sentido, defende o neurocirurgião Paulo Porto de Melo. Vale, ainda, fazer atividade física regular, evitando o sedentarismo, não fumar e não beber exageradamente. "Alguns pacientes se beneficiarão, ainda, de medicamentos específicos para afinar o sangue e garantir uma proteção maior contra isquemias", completa o neurologista Leandro Teles

Estar atento aos sinais ajuda a minimizar o quadro. VERDADE: a percepção precoce dos sintomas e a tomada rápida de conduta levam a um prognóstico melhor. "A condução do paciente a um hospital de grande porte facilita o manejo e favorece a tentativa de desobstrução da artéria antes de a lesão se tornar irreversível", diz o neurologista formado pela USP, Leandro Teles. Vale destacar que a grande maioria dos AVCs isquêmicos não se inicia com um deficit neurológico significativo. "O quadro evoluirá progressivamente ao longo das primeiras horas, mas, se o atendimento for acelerado, diversas medidas serão tomadas para frear o avanço", insiste o neurocirurgião formado pela Unifesp, Paulo Porto de Melo. Quando uma área do cérebro fica privada de sangue (como no AVC isquêmico), ela para de funcionar mas demora um certo tempo para que os neurônios morram. A ação sem demora propicia um ambiente favorável para o retorno do fluxo de sangue e pode salvar uma região ainda viável. "Dizemos que, no AVC, tempo é cérebro, salienta Teles. No caso do isquêmico, a ligeireza previne a lesão permanente da área cerebral afetada e diminui as chances de sequelas e morte; no hemorrágico, igualmente afasta a ameaça de lesões permanentes e diminui a mortalidade e a ocorrência de novas hemorragias

É difícil perceber que o AVC está ocorrendo. MITO: os sintomas surgem repentinamente e, uma vez sabendo quais são, dá para identificar o perigo iminente. Os principais sinais são: enfraquecimento, adormecimento ou paralisação de braço ou perna de um lado do corpo; perda de força na face, o que pode causar desvio da boca para um lado (ela fica torta); alteração da visão, com turvação ou perda especialmente de um olho, episódio de visão dupla ou sensação de "sombra" sobre a linha do que se enxerga; dificuldade de falar ou entender o que os outros estão dizendo; dor de cabeça súbita, forte e persistente; perda da capacidade de engolir; e tontura, desequilíbrio, falta de coordenação ao andar ou mesmo queda 

Estresse e esforço físico extremo podem provocar a disfunção. VERDADE: alguns estudos apontaram que pessoas estressadas apresentam maior risco de AVC em comparação às que não se encontram nesta condição. "Isso, no entanto, somente acontece em casos bem específicos. Exemplo: o estresse crônico elevaria o cortisol no sangue, agravaria hipertensão e diabetes e complicaria o controle do colesterol. A atividade física extenuante, por sua vez, levaria a arritmias em pacientes predispostos, fazendo subir a pressão, que facilita o AVC hemorrágico, e provocando a ruptura de aneurismas em quem tem malformações nas artérias", salienta o neurologista Leandro Teles. Além do controle do estresse, ele sugere que a prática de modalidades esportivas fortes seja monitorada por profissionais habilitados e individualizada ao limite de cada um. "A ginástica moderada, por outro lado, feita de forma regrada, promove uma estabilização dos níveis de pressão e, consequentemente, melhor performance do sistema cardiovascular, reduzindo os riscos de derrame", complementa o neurocirurgião Paulo Porto de Melo

O esforço empreendido durante a relação sexual é um dos fatores de risco. MITO: "O AVC pode ocorrer em qualquer situação: durante uma relação sexual, com a pessoa lavando louça ou até mesmo dormindo", sustenta o médico Paulo Porto de Melo. O colega Leandro Teles observa que este risco específico só ocorreria para um pequeno grupo de pacientes que apresentasse aneurisma cerebral, hipertensão grave ou arritmias cardíacas também sérias 

A pessoa que chega com suspeita de AVC pode ser atendida antes de outros pacientes. VERDADE: "O derrame é uma emergência médica. O paciente deve ser adequadamente socorrido e conduzido a um hospital referência. Lá, tem que ser priorizado e atendido com urgência. Após a avaliação inicial, terá que fazer uma tomografia para identificar o tipo de AVC e iniciar o tratamento específico. No caso do isquêmico, há procedimentos possíveis para desobstrução da artéria que devem ser realizados até quatro horas e meia após o início dos sintomas. Por tudo isso, o socorro rápido é fundamental", diz o neurologista Leandro Teles. "Existem até protocolos para tratamento nas primeiras horas do AVC que podem reverter o mal completamente", completa o neurocirurgião Paulo Porto de Melo

O problema acomete mais as pessoas idosas. VERDADE: o AVC é mais comum na população acima dos 65 anos. Mas não exclusivamente: cerca de 10% dos casos incluem indivíduos abaixo dos 55 anos, e 4%, abaixo dos 45 anos. "Como podemos ver, não é um número desprezível em relação ao público jovem, que também está sujeito ao transtorno por malformações congênitas nos vasos sanguíneos cerebrais, problemas de coagulação, doenças do coração e consumo de substâncias como fumo e drogas", diz o médico Leandro Teles

Pílula anticoncepcional aumenta o risco de derrame entre as mulheres. VERDADE: alguns estudos atribuem um pequeno aumento no perigo de AVC em mulheres que usam pílula anticoncepcional e apresentam doenças genéticas que favorecem a coagulação (trombofilias), fumam ou têm enxaqueca com sintomas neurológicos (aura). Por isso, diz o neurologista Leandro Teles, é recomendado evitar o tabagismo concomitante ao uso de anticoncepcionais ou reposição hormonal, assim como anticoncepcionais em mulheres com este tipo de cefaleia. "É importante frisar que o anticoncepcional isoladamente não aumenta o risco, assim como a reposição hormonal feita em casos selecionados. O problema é a conjunção de fatores como genética, cigarro, anticoncepcionais, enxaqueca e reposição hormonal, por exemplo". O neurocirurgião Paulo Porto de Melo conclui observando que pílulas de alta dosagem aumentam a ameaça de AVC isquêmico

A predisposição genética é um indício de ocorrência do AVC. VERDADE: a história familiar de derrame aumenta o perigo de um parente próximo apresentar um evento. Por isso, é fundamental que quem teve pessoas próximas vitimadas comecem desde cedo a controlar a alimentação, praticar atividade física, realizar check up periódico e monitorar doenças clínicas, sendo acompanhado preventivamente com mais cuidado 

Quem tem doença crônica, como hipertensão e diabetes, é mais propensos. VERDADE: tais enfermidades estão associadas à aterosclerose, doença crônica dos vasos que leva ao acúmulo de placas na parede interna, podendo obstruir a passagem do sangue. A hipertensão mal controlada também fragiliza os vasos cerebrais e predispõe ao rompimento do mesmo, levando ao AVC hemorrágico. "Tanto a hipertensão quanto o diabetes devem ser muito bem controlados, assim como o colesterol alto, a obesidade, o sedentarismo, a má alimentação e as doenças cardíacas", recomenda o especialista em neurologia Leandro Teles 

Até o simples ato de assoar o nariz pode levar ao derrame. VERDADE: segundo artigo publicado na Revista Stroke: Journal of the American Heart Association, assoar o nariz pode ser também a causa para um AVC nas pessoas que têm um aneurisma cerebral e não sabem. "O fato pode ocorrer, raramente, em portadores de aneurismas ou microaneurismas cerebrais de nascimento ou adquiridos por hipertensão grave", diz Leandro Teles, explicando que o ato eleva a pressão arterial e aumenta o estresse na parede do vaso. "Não é que assoar cause o derrame, mas pode ser o gatilho para desencadear uma situação patológica crítica. Outro hábito que merece atenção é espirrar com o nariz tapado: convém evitar, pois promove uma elevação pressórica prejudicial em quem tem predisposição intensa a sangramento cerebral" 

Medicações para controlar o colesterol diminuem o risco de derrame cerebral. VERDADE: ao reduzir o colesterol, elas também baixam as placas de gordura encontradas nas paredes dos vasos, que são um importante detonador de AVC por dificultar o fluxo na artéria ou lançar pequenos pedaços de placa e obstruir vasos menores dentro do cérebro. "Por isso, quando o paciente tem colesterol alto, ou mesmo colesterol normal com grandes placas de ateroma, tal remédio é usado", explica o neurologista Leandro Teles 

Vale a pena recorrer à erva ginkgo biloba para prevenir o distúrbio. MITO: não existe evidência científica para a recomendação do ginkgo biloba na prevenção de derrames. Em alguns estudos específicos houve, inclusive, aumento do risco de sangramento em pessoas que usaram remédios para afinar o sangue junto com o componente 

Fatores emocionais podem levar ao derrame cerebral. INCONCLUSIVO: deprimidos, ansiosos ou muito estressados têm mais hipertensão, diabetes, colesterol alto e obesidade, com chance de sofrer um AVC ou um infarto. "Os fatores emocionais podem elevar o cortisol e a adrenalina, alterando uma série de dinâmicas no organismo que predispõe a doenças cardíacas, arritmias e picos pressóricos, por exemplo. A relação é indireta mas deve ser levada em conta. É altamente recomendável o controle do sistema nervoso, o sono adequado e a adoção de atividades sociais, de relaxamento e de lazer", recomenda o médico do Hospital Oswaldo Cruz, Leandro Teles. O colaborador do Departamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (EUA), Paulo Porto de Melo, por sua vez, defende que "não há estudo científico comprovando tal associação" 

Comer peixe ajuda a prevenir o problema. INCONCLUSIVO: a alimentação é muito importante. Peixes são fontes de gordura de boa qualidade, proteínas e fósforo. Do ponto de vista vascular, combatem a aterosclerose, mas obviamente devem estar em um contexto nutricional mais abrangente e aliado a atividade física regular, destaca o neurologista Leandro Teles. Já o neurocirurgião Paulo Porto de Melo diz que não são todos os tipos de peixe que contêm níveis elevados de ômega-3, "este sim associado à redução de doenças vasculares e, consequentemente, de AVC"

O consumo de café potencializa o risco. MITO: uso moderado de café não aumenta essa chance. No entanto, o abuso da cafeína pode elevar os níveis pressóricos e desencadear ansiedade. O recomendado é consumir com moderação: duas a três xícaras pequenas ao dia. "Em alguns estudos, a cafeína mostrou até efeito protetor de AVC. De qualquer forma, a dica é sempre não exagerar", enfatiza o neurologista Leandro Teles 

Comer frutas e verduras todos os dias reduz o perigo da doença. VERDADE: conforme observa o neurocirurgião Paulo Porto de Melo, alimentação saudável, por reduzir os níveis de colesterol e melhorar a pressão arterial, minimiza a ocorrência de distúrbios vasculares e AVC. A Associação Americana do Coração recomenda a ingestão de cinco porções de frutas e verduras por dia para beneficiar a saúde dos vasos, com redução de perigo de infarto e derrame. "Estes itens são ricos em vitaminas, pobres em gordura saturada e fontes de fibras. É fundamental que entrem na dieta no lugar de alimentos mais calóricos e que trazem gordura ou açúcares refinados, como doces, bolos e biscoitos recheados", complementa o neurologista Leandro Teles

Uma dose de álcool por dia é eficaz para diminuir a incidência do distúrbio. MITO: conforme diz o neurocirurgião Paulo Porto de Melo, não há estudo científico com nível de evidência alto que sustente tal afirmação. "A recomendação de consumo regular é restrita ao vinho tinto (por causa do resveratrol, capaz de controlar os níveis de colesterol) e para pacientes selecionados, que não apresentem restrições ao consumo de álcool como risco de abuso, doenças associadas e uso de medicamentos hepatotóxicos. Tal recomendação é feita de forma individual e não para toda a população", destaca o neurologista Leandro Teles 

Praticar exercícios físicos e manter o peso em dia são atitudes que nos protegem das doenças do coração. VERDADE: atividade física regular, associada ao hábito de não fumar e a uma dieta inteligente, é capaz de reduzir pela metade o risco de derrame cerebral. "Práticas regulares, principalmente aeróbicas, são ótimas para a saúde como um todo, reduzindo a ansiedade, melhorando o sono e protegendo contra diabetes, hipertensão e distúrbios do colesterol. A obesidade também é um fator de perigo vascular, principalmente o acúmulo de gordura intra-abdominal (obesidade visceral). É fundamental, portanto, manter o peso ideal: Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 20 e 25, calculado pelo peso dividido pela altura ao quadrado", informa o neurologista Leandro Teles. Exemplo: uma pessoa com 1,75 kg e 65 kg: 1,75 x 1,75 = 3,0625; 65 : 3,0625 = 21,2244, que é o IMC

Em todos os casos de derrame, são necessários procedimentos cirúrgicos. MITO: uma minoria se beneficia de cirurgia. O AVC geralmente demanda condução clínica com medicamentos. "Se houver um sangramento muito grande, pode ser necessária uma drenagem cirúrgica", explica o neurologista Leandro Teles 

Após repousar, a pessoa que teve AVC pode retomar sua rotina. VERDADE: depois do episódio, é preciso repouso, tratamento e investigação da causa. Uma vez que o paciente se recupere e esteja protegido de novos eventos, deve aos poucos reiniciar suas atividades rotineiras. Evidentemente, ressalta o neurologista Leandro Teles, isso dependerá do grau de sequela, que é variável de caso para caso. "Há quem apresente uma evolução excelente, enquanto outros necessitarão de adaptações. De qualquer forma, a reabilitação sempre terá como foco o retorno da funcionalidade, mais próxima possível do normal" 

O AVC deixa sequelas. PARCIALMENTE VERDADE: "Nem todos os AVCs provocam isso", sustenta o neurocirurgião Paulo Porto de Melo. Em primeiro lugar, devemos considerar como sequela qualquer deficit neurológico que se mantém por um período superior a seis meses. O derrame leva a uma lesão no cérebro, sendo que a sequela dependerá diretamente do local em que o distúrbio ocorreu. Por exemplo: um paciente que teve um AVC no lado esquerdo, em cima da área que movimenta a mão, pode perder o movimento da mão direita (a função motora é cruzada). Mas, antes de seis meses, é possível ocorrer recuperação total ou parcial da disfunção, pois acontece de outras regiões compensarem o problema gerado. "Após o Acidente Vascular Cerebral, as consequências mais comuns são: dificuldade de movimentar um ou mais membros (geralmente de um lado do corpo), entraves de comunicação (expressão ou compreensão), engasgos, problemas de coordenação motora, sensibilidade reduzida em determinado local, visão dupla e complicação para enxergar. E tudo isso, vale insistir, dependendo do lugar lesado e da sua função. Existem zonas cerebrais sem uma atividade crítica: se ocorrer um AVC nela, este pode até passar despercebido ou promover sintomas transitórios ou muitos sutis. Em compensação, há territórios em que uma pequena lesão terá resultado catastrófico pela densidade de estruturas nobres naquele espaço", conclui o neurologista Leandro Tele

AVC está Matando cada vez mais os Jovens

Para muita gente, derrame é algo que só acontece em pessoas mais velhas. Mas estudos mostram que o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é cada vez mais frequente em indivíduos com menos de 40 anos. 

Para falar sobre o assunto, Jairo Bouer entrevistou o neurologista Eli Evaristo, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) no @saúde desta semana.

 De acordo com o Datasus, o banco de dados do Ministério da Saúde, entre 1998 e 2007, houve um crescimento de 64% nas internações por AVC (Acidente Vascular Cerebral, popularmente chamado de derrame) entre homens de 15 a 34 anos, e de 41% entre mulheres na mesma faixa etária.

Para o neurologista, a primeira causa para o aumento é a melhora no diagnóstico. Mas colabora também o fato de que doenças como a hipertensão - um fator de risco importante para o AVC - tem acometido cada vez mais jovens. Alterações de hábito alimentar (consumo maior de sal), o sedentarismo e aumento da obesidade em jovens são alguns motivos para isso. Tabagismo, diabetes, doenças cardíacas e uso de drogas também são fatores que podem aumentar o risco de derrame.

 A dentista Paula Luz sofreu um AVC aos 27 anos, oito meses antes de se casar. Ela estava prestando uma prova para entrar para a Marinha e, ao sair da piscina, sentiu uma forte dor em um lado da cabeça e tremores. O processo de reabilitação envolvia três sessões diárias de fisioterapia. Ela teve que reaprender a andar e hoje, após uma longa reabilitação, ela recuperou todos os movimentos.

Uol